sábado, 31 de dezembro de 2016

VEM 2017 QUE EU VOU LHE USAR

365 coisas para fazer em 365 dias,
mas não necessariamente nessa ordem
e vale repetir. E vale um palpite a qualquer hora. 


1 – justiça
2 – rir até doer a barriga
3 – comer a gelatina de coco da minha avó
4 – tentar estudar a nova gramática
5 – assar batatas com parmesão
6 – usar um vestido vermelho rodado
7 – descobrir uma série
8 – fazer pipoca com açafrão
9 – dançar lambada
10 – abraçar um personagem novo
11 – ganhar dinheiro
12 – cortar a franja
13 – pular carnaval
14 – tocar baixo
15 – encontrar a galera (todxs)
16 – ver uma peça e sair sem falar
17 – abraçar meus pais
18 – babar nos meus sobrinhos
19 – voltar a minha terra
18 – tomar tucupí
19 – comemorar aniversário
20 – montar playlists
21 – fazer as unhas (o pé fica muito mais leve)
22  - ler de verdade, sem dispersão
23 – criar pôsteres phodas
24 – pintar
25 – ver o sol nascer
26 – contemplar a lua cheia
27 – dizer “ok você venceu”
28 – escrever
29 – sentir frio na barriga
30 – beijar
31 – se olhar no espelho e dizer “uau”
32 – inventar penteados
33 – usar pouca roupa no calor
34 – tomar vinho branco gelado
35 – prender rabo de cavalo
36 – escrever músicas
37 – dançar carimbó
38 – ir no show do Ney
39 – gravar uma série que quero muito
40 – pesquisar cinema
41 – ver meu filho feliz
42 – balançar Joaquim no parque
43 – caminhar de mãos dadas
44 – receber massagem sem pedir
45 – tomar vinho tinto
46 – preparar comidas gostosas
47 – arrumar mesas de jantar
48 – dançar loucamente
49 – lutar pelos direitos
50 – não esquecer os deveres
51 – deitar no chão
52 – tomar chuva
53 – sentir um corpo quente
54 – fazer amor
55 – ouvir bobagens
56 – trocar experiências literárias
57 – acarinhar um gato
58 – rir alto
59 – passar rímel
59 – descobrir uma nova cor de batom
60 – ter tranquilidade
61 – esticar o corpo
62 – entender o sentido da palavra final de semana
63 – ter uma caderneta de sonhos
64 – usar a agenda
65 – cuidar dos cachos
66 – beber água
67 – inventar sucos
68 – fazer risoto de cogumelos
69 – usar mais a máquina de macarrão
70 – tomar o leite dourado
71 – orar
72 – ter um telefone fixo
73 – tomar café com as pessoas que amo
74 – receber elogios
75 – agradecer
76 – pentear Joaquim
77 – dançar juntinho
78 – celebrar as conquistas
79 – mergulhar no mar
80 – comer mais taioba
81 – colocar ideias no papel
82 – pensar que nada é impossível
83 – planejar uma viagem para onde nunca fui
84 – ir ao circo
85 – tomar banho de rio
86 – ter flores em casa
87 – cuidar de uma jabuticabeira
88 – doar muitas outras coisas
89 – usar mais chapéu
90 – ter um vestido verde de paetê
91 – ter uma vitrola
92 – reaprender a fazer barco de papel
93 – fazer um telefone de lata com Joaquim
94 – repintar a frase na minha parede
95 – pendurar os quadros
96 – dar conta das contas
97 – aprender a escolher frutas
98 – ter um sono mais tranquilo
99 – me sentir sexy
100 – sentir o corpo mais leve
101 – inventar risotos
102 – receber amigos
103 – arrumar mesas com luzinhas (sou viciada)
104 – usar mais chinelos
105 – não ver gente jogando lixo na rua
106 – reciclar
107 – ter roupas brilhantes
108 – usar coques
109 – descobrir cheiros
110 – ouvir mais
111 – ter cortinas floridas
112 – pintar com minhas crianças
113 – assistir amigos
114 – aplaudir
115 – contemplar
116 – mergulhar
117 – ver peixes nadando ao meu lado
118 – receber flores
119 – subir em árvores
120 – rever goonies
121 – encontrar um parceiro para meu show acústico anos 80
122 – chorar numa estreia
123 – me achar gata!
124 – compartilhar
125 – sair por aí
126 – ouvir cartola, chico e nina
127 – tomar catuaba
128 – me fantasiar no carnaval
129 – ser a Cindy Lauper
130 – conhecer um lugar novo
131 – tomar Ayahuasca
132 – ir a praia
133 – comer ostra
134 – cuidar de uma planta
135 – plantar uma arvore
136 – ensinar uma coisa nova ao meu filho
137 – tomar um drink diferente
138 – tomar um vinho diferente
140 – fazer uma oferenda
141 – tomar banho de cachoeira
142 – cozinhar um prato diferente
143- escrever a melhor peca da minha vida
144 - arrebentar no blog ccbloom
145 - passar bons momentos com bons amigos.
146 – comemorar segunda lua de mel
147 – fazer o cabaré
148 – dançar, dançar dnçar
149 – tocar Gretchen
150 – fazer mais as unhas (já falei isso?)
151 – reunir os primos
152 – falar “avá!”
153 – começar a escrever o infantil
154 – não desistir
155 – ir na praia de Ipanema
156 – ter uma saia de carimbó
157 – fazer dinossauros para o aniversário do Joca
158 – amar muito, sem fim
159 – comer jambo
160 – receber um isopor cheio de tucupi
161 – falar “ai gente, não vai ainda’
162 – comemorar tudo o que valha a pena
163 – ter mais debates horizontais
164 – sentir frio na barriga
165 – ouvir “ação”
166 – usar batom rosa neon
167 – vestir uma roupa que brilhe no escuro
168 – usar polainas no frio
169 – fritar a cabeça pensando em títulos
170 – ir num festival de música
171 – sansualizar a vida, ela merece
172 – catar conchas
173 – comer pimenta
174 – afagar o bowie
175 – coçar o bowie
176 – me divertir com bowie
177 – dançar modern love
178 – tocar axé 80/90, largar o set e correr pra pixta
179 – agradecer muito
180 – tomar um vento na cara
181 – enfeitar o cabelo com flores
182 – dizer “eu te amo’
183 – sentir o corpo quente
184 – usar meias coloridas
185 – esmagar meus pais
186 – fazer receitas da minha avó, uma por mês
187 – ter aulas de aquarela
188 – entender como funciona um violino
189 – requebrar
190 – usar flores no cabelo
191 – entender os tipos de banana
192 – acordar tarde
193 – não sentir culpa por acordar tarde
194 – dançar new order, madonna, smiths e cure
195 – ter aulas de canto
196 – gravar “mulher fêmea” com joão
197 – organizar as coisas com prazer
198 – controlar meus ímpetos, sqn
199 – autoconhecimento
200 – tomar com parentes que encontro pouco
201 – pendurar os quadros
202 – encontrar mais as pessoas que me fizeram e me fizeram ser o que eu sou
203 – encontrar a tia Geane, a Brubru e a Muca mais vezes em 2017
204 – reencontrar meus amigos do Saci
205 – reencontrar a tia Amélia
206 – Cinthia e Juliana, encontro anual, como nos prometemos
207 – pôr a boca no mundo
208 – juntar todos os Martins
209 – concentrar todos os Ribeiros
210 – meditar com Bethânia
211 – ter Ney cantando “fala” sempre
212 – levantar ainda mais as minhas bandeiras
213 – fazer “shiiiii” pro preconceito
214 – chutar o balde
215 – combinar jeans com camisas românticas
216 – empinar pipa
217 – ler Pessoa
218 – voltar ao circo
219 – estudar vinhos
220 – cozinhar com amigos
221 – ver Joaquim comer colorido
222 – pintar numa tela maior
223 – mais autoconfiança
224 – encontrar mais gente humilde
225 – ler horóscopo
225 – tomar florais
226 – tomar decisões sem sofrimento
227 – bazartear
228 – ter sempre jambú no freezer
229 – delirar mais com as frases escritas a mão
230 – aprender a costurar
231 - fazer um cachecol
232 – não deixar faltar pilha no controle
233 – deixar mais o celular em stand by
234 – agradecer as parcerias
235 – conseguir ir em mais exposições
236 – ter a minha bike
237 – andar mais de patins
238 – olhar menos o whatsup
239 – fazer mais cafuné
240 – usar muuuuito batom vermelho
241 – sentir a boca sempre fresca
242 – hidratar muito o corpo
243 – misturar tintas
244 – continuar ruiva
245 – fazer uma make escura
246 – escandalizar nos cachos
247 – surtar no glitter
248 – fazer a lôca
249 – ser gótica por um dia
250 – ficar tomando vinho e tocando baixo
253 – ter mais um instrumento
254 – me enrolar num edredom obeso
255 – tomar banho de banheira cheia de espuma
256 – aprender a fazer macramê
257 – fazer um artesanato
258 – desapegar
259 – fazer mais um bazarte
260 – usar uma roupa neon
261 – ir num show do arctic monkeys
262 – começar a estudar francês
263 – tomar café
264 – marcar café com amigos
265 – encontrar lagartas nos orgânicos
266 – fazer uma exposição com azamigas
267 – tomar banho de rio
268 – tomar banho de igarapé
269 – acender uma vela
270 – ter lírios
271 – reler noites brancas
272 – estudar papéis para impressão
273 – fazer brechó com música
274 – fazer yoga
275 – fazer pole dance
276 – fazer um queijo caseiro
277 – paixão
278 – trocar uma decoração da casa
279 – ter uma rede
280 – ter uma jabuticabeira
281 – ligar a tecla foda-se mais vezes
282 – ver um quadro novo
283 – chupar manga com leite
284 – DIGITAR COM “CAPS LOCK” LIGADO
285 – falar infantilmente pra meu gato “você é muito lindo“
286 – errar rude, sou humana
287 – levar CC Bloom ao delírio
288 – cheirar livro de sebo
289 – ter horas de aventura
290 – ver gumball
291- ouvir um cd novo (acabei de fazer)
292 – escandalizar
293 – copiar um look da elke maravilha
294 – ir pro Rio de Janeiro
295 – caminhar pela Augusta
296 – usar trança
297 – comprar gérberas
298 – comprar um porta retrato
299 – rever fotos antigas
300 – continuar a escrever “nem toda fera devora os seus filhotes“
301 – andar de carrinho bate-bate
302 – dar uma cambalhota
303 – voltar a fazer estrela
304 – andar de mãos dadas
305 – comer chocolate 80%
306 – aprender a coreô “Holiday” da Madonna
307 – reassistir Dirty Dancing
308 – reassistir  Um Dia a Casa Cai
309 – ir a Belém
310 – ter farinha na dispensa
311 – afagar os cabelos do Joaquim
312 – suspirar
313 – andar de moto
314 – brincar num pula-pulau
315 – usar bastante as articulações
316 – fugir de coisas cansativas
317 – tomar cachaça de banana de virote
318 – pegar sessões de cinema a tarde
319 – estudar astrologia
320 – abrir mais o tarô
321 – jogar os búzios
322 – abraçar mais as pessoas
323 – cuidar mais da espiritualidade
324 – participar do congado
325 – levar meus amigos para o círio
326 – voltar a fazer dança afro
327 – fazer uma tatuagem nova
328 – desenhar passarinhos
329 – tomar mais água
330 – tomar uma garrafa de vinho sozinha
331 – repetir mais vezes “evoé baco”
332 – aprender a fazer a torta de maçã
333 – fazer dedoches
334 – deixar o sol me acordar numa fresta
335 – escrever poesias
336 – comprar um plataforma drag
337 – voltar na lôca
338 – ir no festival de flores na liberdade
339 – ver as cerejeiras no parque da aclimação
340 – fazer um churrasco
341 – correr e ser feliz
342 – carregar menos sacolas
343 – dançar felakuti
344 – frequentar mais jams
345 – andar meia noite no minhocão
346 – perceber a beleza de cada um
347 – comer a coxinha do veloso
348 – contemplar a Nina Simone
349 – voltar na D-Edge
350 – ouvir mais Devendra e Coco Rosie
351 – comer pastel no mercadão
352 – subir no Martinelli
353 – tomar café no centro
354 – comer pastel de Belém
355 – tomar chope escuro
357 – tomar um picolé de tapioca
358 – andar com Joaquim de cavalinho
359 – tomar sol, um bronze
360 – comer comida indiana
361 – continuar indo nas manifestações
362 – prender o cabelo pro lado
363 – usar brincão
364 – fazer moonwalk
365 – beijar na boca!!!!



















segunda-feira, 7 de novembro de 2016

sossego


"Mais do que o corpo, o que precisa deitar é o coração". Repetia essa frase calmamente desesperada, enquanto caminhava e tentava desapertar o nó do peito. As lágrimas caíam sem parar, por mais que tentasse controlar, tinha algo dentro dela que não se dava descanso. Era uma angústia, um medo, uma desconfiança, uma história, um amor, uma memória, uma sensação, um buraco, uma intuição que não queria ser, um desejo de deitar sobre o peito dele. Nada parecia confortável ultimamente, nem as janelas abertas, nem a noite de lua cheia, os jantares, as músicas escolhidas a dedo, os momentos de paz... até esses pareciam tirar-lhe o sono. Talvez fosse um prenúncio de que algo precisava ficar bem, por mais as almas amanhecessem claras, tudo mantinha-se nublado e cinza durante aqueles dias.

Era verão, mas o inverno não tinha parado de acontecer. Continuava sólido e concreto congelando toda e qualquer possibilidade de serenidade que pudesse existir. Enquanto isso, os ossos do afeto congelavam. Nas veias, onde durante muito tempo borbulhava sangue quente e apaixonado, nada mais corria além de uma inquietude pálida e assustadora. "Mais do que o corpo, o que precisa deitar é o coração"


sexta-feira, 14 de outubro de 2016

sonhos
são
impenetráveis
mas 
revelam
onde
se quer
entrar 
de verdade

terça-feira, 20 de setembro de 2016

DANÇA INVISÍVEL

I  n f l amáveis

N ó s

Q u a d r i s

U m

I  mpeto

E fême ro

T e m

U m a

Dur ação


E terna

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

ABISMO

ambos estavam no abismo
um em cima, com os pés no chão
o outro com os pés no ar
seguravam as mãos com força
para que não caíssem
faziam uma força absurda
juntos
se olhavam profundamente
e aos poucos, acabaram se soltando
não deram conta do peso
um ficou, o outro caiu
se viram caindo até o infinito
e então espatifaram-se
cada um no seu lugar

terça-feira, 13 de setembro de 2016

SO!LÚ!ÇO!

Começou assim.
Três pontos e um vazio.
Não se falava nada.
A gente nem sabia o que perguntar.
Falávamos “coisas pássaros”, sabe?
Você fala e elas flutuam, seguem sem rumo, se tornam pássaros.
Solta-se algo no ar e deixa-se ir, não se tem resposta e nem se sabe porque se perguntou, são frases livres de qualquer retorno.
Ficamos parados, frente a frente.

– Faz quanto tempo que você não morre de saudades de mim?
– Morro?
- Morre?
– Mas… é preciso morrer?
– Sim.
– Eu não sei.
- Eu sabia.
- Sabia?
- Claro!
- Essas coisas a gente sente
- Mas eu sinto saudades
- Tô falando de uma coisa maior, um arrependimento de não ter ficado, de não ter me levado, de não ter pensado nisso tudo antes, de ouvir a minha voz, de sentir o meu cheiro, de olhar a minha foto 3x4 sempre que alguém não está olhando, de olhar as coisas e lembrar de mim… de desejar que eu estivesse, de me ligar e o coração acelerar, de se preparar para nosso reencontro.
- Você sente tudo isso?
- Já senti.
- Desse jeito?
- Muda um pouco de caso a caso.
- Você já sentiu isso muitas vezes?
- Algumas.
- Por mim?
- Também.
- Você já sentiu isso por muita gente?
- Por umas três pessoas.
- E eu sou uma delas?
- Já disse que sim.
- Mas desse jeito assim?
- Parecido. talvez as mesmas coisas mas em intensidade diferente.
- Será que eu nunca senti isso?
- Acho que sim, mas não por mim.
- Mas porque você fala isso?
- Porque conheço muito de você, até o que você quer quando faz a barba e corta o cabelo.
- Ah e o que é?
- Mudança.
- De quê?
- De qualquer coisa.
- Ninguém tem necessidade de mudar qualquer coisa.
- Mudar tudo então, melhorou?
- Melhorou.
- E tudo não pode ser qualquer coisa já que tudo é tudo?
- Depende do ponto de vista.
- O meu ponto de vista agora é que mais uma vez você quer ter razão e isso me esgota.
- Não, você está completamente enganada. Eu quero entender o que você está falando. Se eu pergunto você acha que quero ter razão. Seu eu não pergunto você acha que estou cagando.
- E não está?
- A gente começou falando de saudade e agora tá falando de merda, é isso mesmo?
- No final das contas, saudade é uma merda mesmo. Ainda mais quando a saudade é daquilo que você não tem mais, mesmo que aquilo esteja na sua frente, na sua cama, dentro de você.
- Dentro você diz, sexualmente?
- Também.
- E qual o outro jeito poderia ser dentro?
- O coração, ou o meu tá pra fora?
- As vezes quase sai pela boca.
- Ah claro, devo ser muito explícita mesmo.
- As vezes sim.
- E isso é bom ou é ruim?
- Depende do ponto de vista. Tudo é relativo.
- Meu deus! Estou trepando com a reencarnação do Eisten e nunca percebi. Só espero que o pau não caia.
- Trepando? É isso que você acha que a gente está fazendo quando tô dentro de você?
- Também.
- Explícita.
- Eu gosto de sacanagem, por isso gostei de você. Foi a maior sacanagem que eu poderia ter feito comigo mesma.
- Nossa! Eu sou tão péssimo assim?
- Nunca disse que sacanagem era ruim.
- Tá vendo? Ponto de vista.
- A gente nunca vai ter o mesmo ponto de vista nenhuma vez em toda a nossa vida?
- A gente tem as vezes.
- É, mas parece soluço, vem e passa. E passa com susto, isso é o mais phoda. Quase uma pixada de tapete.
- A gente gosta de vinho.
- É, a gente gosta.
- A gente gosta de transar.
- Eu de noite, você de manhã.
- A gente gosta de música.
- É a gente gosta.
- Você gosta de dançar.
- E você não.
- Mas eu gosto de te ver dançar, isso não conta?
- Conta, mas as vezes eu quero dançar com você. E tudo o que você gosta de fazer mais na vida é sem mim.
- Nossa, que exagero.
- Ué? Eu não sou explícita? Olha… até que não é ruim ser explícita, pensa. Você é pornográfico.
- Eu?
- É, cê tem uma capacidade tão grande de foder com tudo que chega a ser pornográfico.
- O que você tá fazendo comigo então?
- Meu coração tá na boca?
- Agora?
- É?
- Quase.
- Você faz eu me sentir viva. Faz doer a minha cabeça de tanto pensar, faz meu estômago se retorcer inteiro. Não sei explicar. Fica uma coisa aqui dentro mexendo.
- Nossa, você me causa tantas outras coisas.
- É, o que por exemplo?
- Você sabe, tesão, amor, saudade, te admiro, gosto do seu cheiro, da sua bunda, dos seus desenhos, das músicas que você gosta, das cores das suas roupas, você é o amor da minha vida.
- Fala mais.
- Gosto da sua comida, até quando você erra alguma coisa fica bom. Gosto de te ver dormir, acordar, tomar banho, da sua letra, das suas mensagens.
- Sério mesmo tudo isso?
- Sério.
- Nossa, então, você tem tudo pra morrer de saudades de mim.
- É, eu tenho. Eu morro. É que a gente nunca ficou longe muito tempo.
- O que você acha da gente dar um tempo pra ver se você morre mesmo?











segunda-feira, 5 de setembro de 2016

  s i l ê n c i o  


eles pedem
- se aquiete!
mas como hei
de aquietar
a inquietude?

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